WIDA ELD Standards 2020: O que são e como dialogam com a educação bilíngue no Brasil
- Robs Mesquita

- 2 de abr.
- 2 min de leitura
Atualizado: 20 de ago.
Nos últimos anos, o debate sobre frameworks internacionais para o ensino de línguas tem ganhado destaque. Entre eles, os WIDA ELD Standards 2020 ocupam uma posição de grande relevância em países como Estados Unidos, Canadá e outros contextos multilíngues. Mas afinal, o que esse conjunto de padrões propõe e qual a sua relação com a realidade das escolas brasileiras?
O WIDA (World-Class Instructional Design and Assessment) nasceu nos Estados Unidos como uma iniciativa para apoiar o desenvolvimento linguístico e acadêmico de estudantes que aprendem inglês como língua adicional. Sua proposta é oferecer um quadro de referência detalhado para orientar professores no planejamento, implementação e avaliação de práticas pedagógicas que integrem o desenvolvimento da língua inglesa com o avanço em conteúdos acadêmicos.
Na versão atualizada de 2020, o WIDA reforça princípios que vão além da simples aquisição do idioma. Ele traz uma abordagem que valoriza a identidade linguística e cultural dos alunos, incentiva a equidade e promove práticas inclusivas. Entre os pontos centrais estão: o uso da língua em contextos autênticos, a construção de significado por meio de múltiplas formas de expressão e a necessidade de colaboração entre estudantes e professores em ambientes diversos.
Outro diferencial do framework é sua ênfase em "Language Development Standards Statements", que conectam as práticas linguísticas aos objetivos acadêmicos. Em vez de ver a aprendizagem de inglês como um processo isolado, o WIDA defende que o idioma deve ser trabalhado junto às disciplinas, favorecendo o protagonismo do aluno e a integração com diferentes áreas do conhecimento.
No entanto, é importante destacar que, apesar de sua força internacional, o WIDA não é usado nem difundido no Brasil. Nosso país segue outros referenciais, como a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e o CEFR (Common European Framework of Reference for Languages), além de adotar práticas de ensino bilíngue que variam muito entre instituições privadas e públicas. Isso não significa que o WIDA seja irrelevante para nós. Pelo contrário: conhecer frameworks como esse pode ajudar professores brasileiros a ampliar repertórios, comparar metodologias e buscar inspirações que se adaptem ao nosso contexto cultural e pedagógico.
Para escolas bilíngues brasileiras, o contato com o WIDA pode ser uma oportunidade de reflexão: como alinhar nossas práticas a padrões internacionais sem perder de vista nossa realidade? Como adaptar princípios globais de equidade, inclusão e desenvolvimento linguístico às necessidades locais de alunos que vivem em um país de língua portuguesa, com demandas sociais e educacionais tão particulares?
👉 Reflexão final: No fim das contas, o WIDA ELD Standards 2020 nos lembra que ensinar inglês vai muito além de transmitir vocabulário ou regras gramaticais. Trata-se de formar cidadãos capazes de usar o idioma para construir conhecimento, dialogar com o mundo e, ao mesmo tempo, valorizar sua identidade cultural. Essa é uma perspectiva que, mesmo não sendo oficialmente adotada no Brasil, pode enriquecer muito a discussão sobre o futuro da educação bilíngue no país.




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